Por que mulheres?

 
 

Talvez, você seja novo por aqui e tenha ficado curioso para entender por que o ABAP for Girls incentiva mulheres a se tornarem desenvolvedoras SAP ABAP. Por que mulheres? Por que nossa comunicação está voltada para as “girls” embora, eles também sejam bem-vindos por aqui? Fica tranquilo, que eu vou te explicar!

Alguns fatores me levaram a falar para mulheres, mas o principal foi a minha própria jornada pelo universo da tecnologia da informação (TI). Como eu disse no artigo “Além dos Códigos: Mulheres na TI e a luta contra o assédio moral”, mulheres na área da TI, muitas vezes, enfrentam situações de discriminação, falta de reconhecimento por seu trabalho, exclusão de oportunidades e até assédio moral.

Quem me acompanha sabe que comigo não foi diferente. Nesses quase 13 anos de profissão, já senti na pele a dificuldade de ser mulher em um mundo dominado por homens. Já ouvi frases depreciativas e machistas, e também já trabalhei com pessoas que não escondiam o incômodo por ter uma mulher no time. O oposto também já existiu e, é claro, isso tornou a minha caminhada mais leve.

A falta de representatividade feminina na tecnologia é um grande desafio e isso mexe comigo. Perceba: por não se verem representadas a percepção das próprias mulheres sobre as possibilidades de carreira na área é afetada. Isso acaba por contribuir para a perpetuação de estereótipos de gênero do tipo: “mulher e tecnologia não combinam” ou  “elas não estão preparadas para isso”.

Embora os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) revelem um aumento de 60% da participação de mulheres na TI, entre 2015 e 2022, e isso já represente um avanço e tanto, a visão geral ainda está longe da ideal. Apenas 12,3% dos cargos em TI são ocupados por mulheres; enquanto 83,3% do mercado é composto por homens.

Superar essa disparidade de gênero na TI requer esforços contínuos. Para as empresas, o desafio para a mudança desse cenário é gigantesco, e começa com o compromisso de promover ambientes mais justos, inclusivos e equitativos para todos os seus colaboradores.

Eu escolhi me comprometer em capacitar mulheres. Talvez, porque seja o público que, naturalmente, mais me identifico ou porque, de fato, é aquele que ainda mais carece de atenção – tanto em termos de qualificação profissional, como de representatividade no mercado de trabalho.

Por fim, acho importante esclarecer que o preconceito de gênero não é uma exclusividade das mulheres. Homens que são a minoria em campos majoritariamente dominado por mulheres também podem ser afetados por estereótipos, preconceitos e discriminação.

Seja nas ciências humanas ou nas exatas, um ambiente de trabalho deve ser justo e equitativo para todos, independentemente do gênero. Se cada um de nós fizer a sua parte já é o suficiente.

Deyse Jardim.

Abap for Girls

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